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quarta-feira, 22 de outubro de 2008

ALITERAÇÃO EM “D” - Dois Dados.

DOIS DADOS



Dora, dondoca de Diadema decidiu doar dois dados de Dirce. Dirce, depois de dez dias descobriu. Deu dez dentadas. Dora disse:
- Doeu, doida!
Debateram-se, daí duas descontentes: Dirce, de Douradina; Dora de Diadema. Debandaram-se.
Dona Durvalina, doceira débil, dedo duro, defendeu Dirce:
- Dirce deixou dados dourados debaixo do divã.
Debalde. Dados desapareceram.
Dias depois, Dante, dentista, descobriu destino dos dados. Disse:
- Dalcira, datilógrafa, daltônica, débil, depositou dados dentro do decote da defunta Delizete, degolada, deixada dentro do depósito de drogas do delinqüente demente Damião.
Duzentas discussões! Deus!
Desajeitado, Dante destravancou destino das duas:
- Deixem disso, desmioladas!
Dora derreteu doces, deu dez. Dirce, descarada, desbarrigada, desdentada, desnutrida, devorou. Depois disso, desconsolada, dormiu. Dora disse:
- Dirce, doida, desculpe!
Dirce, dormindo:
- Dora, desculpo desaforo depois. Deixe dona dos dados doados dormir, diacho!

T.Bordignon

SUGESTÕES DE ATIVIDADES:
Leitura oral;
Reescrever o texto detalhadamente, usando verbos, conjunções, artigos, pronomes e preposiçõese palavras adequadamente, sem mudar os fatos;
Escrever um texto narrativo com palavras iniciadas pela mesma letra, ex: c, r, t, m. A atividade pode ser feita em duplas, usando dicionário.


Extraído do blog: http://piquiri.blogspot.com/

terça-feira, 14 de outubro de 2008

DIA DO PROFESSOR: Semeando Sonhos.


Semeador de Sonhos

Texto de Aluísio Cavalcante Jr

Conta-se que há muitos anos atrás
um professor encontrando um grande sábio
que visitava a sua cidade, perguntou-lhe:
- “mestre, como posso tornar-me um professor eterno,
um professor que inspire
e transforme a vida de cada aluno que passe em meu caminho?”

O mestre olhou-o nos olhos.
tocou-o levemente os ombros e disse:

“O segredo de um grande professor
é ver a escola como um jardim.
Os alunos são as terras deste jardim.
Cabe ao professor semear nestas terras
a vida em seu modo mais intenso
e depois cuidar para que ela cresça,
alimentando-a com a esperança
que em cada professor é infinita.

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É esta a missão maior de um professor.
Semear, semear, semear...
Fazer feliz... ser feliz...
Todo aquele que é capaz de ensinar e entender esta lição
Tem o dom de se tornar eterno”

aluisiobezerra@yahoo.com.br

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Maioria dos leitores do país tem entre 5 e 17 anos.

Levantamento foi feito pelo Instituto Ibope Inteligência a pedido do Instituto Pró-Livro.
'Bíblia' está no topo do ranking das obras mais lidas pelos leitores entrevistados.

Divulgação
Jovens entre 5 e 17 anos são os que mais lêem. (Foto: Divulgação)

Levantamento feito pelo Instituto Ibope Inteligência a pedido do Instituto Pró-Livro aponta que 39% dos 95,6 milhões de leitores de livros no Brasil estão na faixa etária de 5 a 17 anos e outros 14% possuem entre 18 e 24 anos. Segundo a pesquisa, divulgada nesta quarta-feira (28), os leitores mais jovens também são os que mais lêem.

A pesquisa "Retratos da Leitura do Brasil", que estudou o comportamento, gosto e preferência dos leitores, aponta ainda que enquanto 90% dos adultos leitores com mais de 40 anos de idade preferem ler em locais silenciosos, muitos jovens com idade entre 14 e 17 anos dizem que gostam de ler ouvindo música. Já 14% das crianças com menos de 10 anos curtem os livros ao mesmo tempo em que assistem à TV.

Além disso, o tema é o fator mais importante na hora de escolher um livro para ler - 63% das pessoas que responderam à pesquisa disseram que este é o fator que mais influencia a escolha de uma obra. Em seguida está o título do livro (opção de 46% dos entrevistados), seguido de dicas de outras pessoas, que engloba 42% do grupo ouvido.

A maioria dos leitores (86%) lêem livros em casa; 36% na sala de aula e 12% na biblioteca. No caso de leitura de jornais, 53% dos leitores lêem em casa e 15% no trabalho.

Mulheres lêem mais

Outro fator interessante é que o brasileiro lê, em média, 4,7 livros por ano. O estudo constatou que somente a leitura de livros indicados pela escola, o que inclui os didáticos, mas não só, chega a 3,4 livros per capita. A leitura feita por pessoas que não estão mais na escola ficou em 1,3 livro por ano. A pesquisa também confirma que as mulheres lêem mais que os homens – 5,3 contra 4,1 livros por ano.

Papel das mães na leitura

Outra constatação interessante da pesquisa é o papel das famílias, em especial a mãe, na influência da leitura para os filhos. Entre as crianças de 5 a 10 anos, 73% delas citam as mães como quem mais as estimularam a ler. Além disso, o estudo mostra que um em cada três leitores tem lembranças da mãe lendo algum livro e 87% afirmam que os pais liam para eles quando estavam iniciando na prática da leitura.

'Bíblia' entre os mais lidos
Editoria de arte G1
G1
*Resposta espontânea e com uma opção
**Referência à obra de Monteiro Lobato

A "Bíblia" é vitoriosa em todos os rankings de leitura. Ela é a obra mais lida pelos leitores entrevistados (45%), seguida dos livros didáticos (34%), que são obrigatórios na idade escolar. Ela também aparece no topo dos livros mais lidos tanto por homens quanto por mulheres. Se levarmos em consideração a escolaridade do entrevistado, ela é a obra mais lida para os que cursaram até a 4ª série e é o gênero mais lido entre os leitores com mais de 50 anos.

Quando questionados sobre o último livro que o leitor leu ou está lendo, a "Bíblia" também aparece em primeiro lugar no ranking, seguida do livro "Código da Vinci". Mais de mil títulos foram citados pelos entrevistados, sendo que o número de citações da bíblia foi 18 vezes maior que a do "Código da Vinci".

A "Bíblia" também está no topo dos livros mais importantes na vida dos leitores. A obra foi citada dez vezes mais que "O sítio do pica-pau amarelo", numa referência às obras de Monteiro Lobato, segundo colocado na lista.

Metodologia

A pesquisa foi realizada entre os dias 29 de novembro e 14 de dezembro do ano passado. Foram aplicadas 5.012 entrevistas nos domicílios, com 60 questões. A margem de erro é de 1,4%.

Segundo a pesquisa, declaram-se não-leitores 48% da amostra (não leram um livro nos três meses anteriores à pesquisa), o que representa 77,1 milhões de pessoas. Essa proporção desce para 45% se forem considerados os que não leram um livro no ano anterior. Entre os não-leitores, 33% são analfabetos e 37% estudaram até a 4ª série. A maior parcela de não-leitores está entre os adultos: 30 a 39 (15%), 40 a 49 (15%), 50 a 59 (13%) e 60 a 69 (11%).

Fonte: G1

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Onde está a sabedoria, onde estão os sábios da nossa época?

Se buscares a sabedoria como a prata e como a tesouros escondidos a procurares, então entenderás o temor do Senhor e acharás o conhecimento de Deus. Provérbios 2:4-5

Gosto muito desse versículo e acordei com ele saltitando em minha mente. Meus aluninhos da terceira série devem se lembrar dele, pois é o versículo tema da apostila que escrevi intitulada: O Superdetive, a qual ensina comandos básicos de informática. Ela contém 15 módulos, com atividades e desafios e sempre que iniciamos cada módulo, lemos esse versículo. Opss... até parece que estou fazendo propaganda da minha apostila, mas não é isso... Quero parar para analisar a verdade desse versículo.

Se buscares a sabedoria...

Existe uma condição aqui, sobre a questão de buscar. E bem sabemos que toda a busca é trabalhosa, nem sempre se obtém um êxito inicial, mas ela se faz necessária.

No ensino é assim. É necessário o esforço, a dedicação, a busca. Isso faz lembrar meus aluninhos que chegam ansiosos perguntando: - O que é que você vai dar hoje? Ou seja, qual é a nossa missão? Nem sempre a missão é aquele site colorido, sonoro e saltitante, mas aquele velho questionário no Word para responder para ver se ele realmente fixou aquilo que eu ensinei, e de brinde desafio num Tangram ou no Sokoban, ou um power point a ser feito ou um desenho no Paint para pintar (esse é para os não alfabetizados). Enfim... sempre tem uma missão a ser feita e enquanto ela não é concluída, nada de internet ou joguinhos.

Só que o que tenho visto, hoje em dia é essa falta de perspectiva, de busca. Infelizmente o sistema educacional tem sido conduzido sutilmente por um caminhar superficial e raso. Quando ligamos a TV ou acessamos a Internet é uma gama de informações, onde quase sempre somos manipulados a aceitar aquilo que lemos. É a imagem que fala mais alto. É muita maquiagem na política, na mídia, na sociedade.

É tudo muito fácil. A TV me dá aquilo que preciso para o meu conhecimento. A internet então, me ajuda barbaridade nos trabalhos escolares, basta ir até o oráculo Google. Não estou criticando o uso destes, porque eu mesma uso, mas o buscar é muito mais que isso, principalmente quando envolve a sabedoria e a verdade.

Não posso deixar que o Photoshop da mídia através da TV, dos jornais e net iludam a minha mente. Porque valores verdadeiros, preciosos tesouros estão escondidos e é disso que esse versículo fala.

E a tendência hoje, em dia é criar material didático raso, sem muito compromisso, pois a criança se cansa, os tempos mudaram, esse é o argumento. E assim, sutilmente nossos pequeninos não terão essa meta de esforço, de busca, de determinação. Isso dói meu coração, pois a Palavra de Deus diz:

Se buscares a sabedoria como a prata e como a tesouros escondidos a procurardes, então... o que????

Entenderás do temor do Senhor e acharás o conhecimento de Deus.

O objetivo desse sistema que está aí é esse mesmo, fazer com que se perca valores eternos, perca o tesouro principal do homem que é o contato com o seu Criador Deus, empobreça a alma humana.

Mas... o meu recado é esse: Busque a sabedoria, anseie por ela e não perca de vista, busque como tesouro escondido, persevere, prossiga em buscar, porque quem procura acha!

Com temor e amor do meu Salvador Jesus que é a fonte da sabedoria!


Aurelina Silveira Ramos
linolica@terra.com.br
http://www.freewebs.com/linolica/

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Socorro, meus netos estudam numa escola moderna!

Por Ivone Boechat

Constantemente, incessantemente, ouvem-se agressões à Escola Pública tradicional como se ela fosse um aparelho manual de fabricação de monstros. Sobrevivente feliz desse “tipo” de escola, sou testemunha ocular, porque estudei nela e quero relatar o que se passou ali.

O hino da Escola, lindo, foi composto por um pai de aluno. As datas cívicas não passavam em branco. A Escola era uma festa!

Estudávamos, sim, numa cartilha de modelo único, considerada, hoje, como sucata antipedagógica, quadrada, boba, sem cores, barata, mesmo assim, nem todos tinham acesso a ela, houve casos em que o aluno conseguia uma toda despencada, mas a encapava e conseguia recuperá-la, porque aquela cartilha era preciosa para nós...Aprendíamos a amá-la e respeitá-la.

Na sala de aula, havia um quadro-“negro”, desbotado, dividido ao meio, porque eram duas turmas de séries diferentes na mesma sala. Nós aprendíamos a respeitar o espaço do outro! Ah! Não posso me esquecer... havia disciplina...Quase ninguém tinha transferidor e compasso, mas éramos capazes de reconhecer o compasso das músicas. Tínhamos aula de música.

O material escolar se resumia em dois ou três cadernos finos, lápis nem sempre coloridos. Poucos possuíam uma caneta a tinta...dava status...era o máximo! Na minha Escola havia um coral e cantávamos em latim, francês e inglês. Havia aulas de trabalhos manuais e aprendíamos a fazer bainhas, a pregar botões e a costurar as roupas das bonecas. Aprendemos a gostar de artes! Brincávamos no recreio com petecas, bolas, piões. O recreio era maior, brincávamos de roda. Fazíamos peças de teatro na Escola.

Boas maneiras, ética, elegância ao falar, e treino ortográfico eram comuns. Nossa letra não era um garrancho, tínhamos caderno de caligrafia. Nosso livro para estudo da língua portuguesa tinha uma antologia dos poetas brasileiros. Até hoje sei de cor Augusto dos Anjos(quase ninguém hoje sabe que ele existiu) Olavo Bilac, Machado de Assis, Casimiro de Abreu, Castro Alves e muitos outros.

Evidentemente, reconheço os equívocos daquela Escola.

Mas...e hoje ? Como vai a Escola Pública ?


Ivone Boechat é Bacharel em Direito pela Universidade Cândido Mendes – RJ;
Graduada em Pedagogia pela Universidade Augusto Mota – RJ;
Pós-Graduada em Educação pela UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro);
Pós-Graduada em Metodologia do Ensino Superior pela Universidade Augusto Motta - Rio de Janeiro;
Mestre em Educação – Wisconsin International University-USA;
PhD – Psicologia da Educação - Wisconsin International University – USA.

terça-feira, 13 de maio de 2008

SER UM VERDADEIRO PROFESSOR CRISTÃO.

A minha principal preocupação é que os cristãos que trabalham como professores mantenham a sua convicção e alegria na profissão, e continuem assim “cristãos contagiantes” nas suas escolas. Creio que a mensagem de Cristo – o amor verdadeiro – é central hoje como sempre foi, e que por isso as escolas necessitam de cristãos verdadeiros.

O que quero dizer com “cristãos verdadeiros”? São cristãos que sabem que não são os autores do seu amor, mas que podem e devem receber este amor de Cristo, e que podem e devem deixá-l'O guiá-los nos seus comportamentos e nas suas acções. Estou a falar de cristãos que não dêem apenas uma “impressão redimida” (tal como Nietzche pedia dos Cristãos), mas que são redimidos – do medo de si próprios, das suas preocupações pela sobrevivência, do peso da culpa. Têm uma âncora, uma direcção, uma alegria contagiante, que não depende das circunstâncias.

No entanto, a palavra amor é perigosa nos dias de hoje – porque foi tantas vezes usada de forma incorrecta, e é facilmente associada ao sexo. Uma estratégia maldosa do inimigo de Deus! Mas se entendermos a palavra no seu verdadeiro sentido bíblico, torna-se imediatamente claro que é essencial a tudo na vida, e especialmente nas escolas. “Se eu entender todos os mistérios e todo o conhecimento... mas não tiver amor, eu não sou nada”, diz Paulo em I aos Coríntios.

Já não experimentámos todos isto na escola? Que professores tiveram uma influência positiva na sua vida? Não foram aqueles que demonstraram amor? E com isto não quero dizer que eram moles, ou brandos, nem sem limites!! Mas você era importante para eles, e levavam-no a sério.

Recentemente tive essa experiência numa conferência em Zurique (“ Qualidade em Escolas Multiculturais” que dá apoio a escolas com mais de 50% de alunos imigrantes). Quatro jovens alunos falaram num seminário das suas experiências em escolas suíças. O que me impressionou foi que cada um deles de alguma forma ligou o seu sucesso a uma pessoa que os tinha amado e apoiado. Num dos casos falou-se de uma professora do 2º ciclo que fez tudo pela aluna congolesa, e quando esta desistiu da escola, não só a encorajou a manter a cabeça erguida, mas também lhe pagou o acesso ao ensino privado. Hoje ela estuda na Universidade de Zurique. Ela contou a sua história muito emocionada, e tenho a certeza de que o amor da sua professora vai irradiar cada vez mais na sua vida.

No meu trabalho como professor de educação especial, experimento a cada dia como as crianças que já tinham desistido delas próprias podem florescer. E oro todas as manhãs para que Deus me dê o amor e a sabedoria de que preciso para providenciar a estas crianças tudo o que elas precisam.

Infelizmente o amor é mal entendido por muitos no sentido em que temos que satisfazer todos os desejos das crianças. Só posso dizer que este é um dos piores mal entendidos dos nossos dias. As crianças cujos pais não se atrevem a marcar limites, estão entre as mais dignas de pena. O verdadeiro amor requer que apliquemos a nossa razão e a nossa experiência de forma a habituarmos as nossas crianças aos limites que são indispensáveis a uma vida de significado com os outros.

Quando um professor entende a sua tarefa no sentido cristão como um serviço para os humanos-em-treinamento, então esta profissão torna-se bela, mas também muito exigente. No tocante ao trabalho com as crianças, ao professor é pedido diariamente, e hora a hora, e minuto a minuto, que esteja presente com a totalidade do seu ser. Para muitos, este facto, por si só, os leva ao limite das forças. O fracasso não pode ser facilmente visto como um fracasso parcial, mas é facilmente entendido como o fracasso do seu ser total. Isto é bastante assustador. E por isso é grande a tentação de esquecer os seus ideais e concentrar-se nas exigências que lhe são colocadas pelo sistema: bom desempenho na classe e também atenção individualizada, atmosfera descontraída na sala de aula e também exigências elevadas dos alunos, participação empenhada em projectos de desenvolvimento na escola e ainda preparação cuidadosa dos assuntos a ensinar, imparcialidade e ainda, tolerância, etc., etc. Quantas vezes vi professores tomarem estas exigências excessivas sobre os ombros e depois desistirem!

Fiquei bastante perturbado com o que ouvi de professores em Inglaterra por ocasião da conferência da EurECA na Croácia no Verão passado. As escolas na Inglaterra são classificadas anualmente, e a classificação é publicada nos jornais. E parece que tudo o que acontece nas escolas é tão direccionado para estes testes, que uma jovem cristã, que tinha começado a ensinar com tremendo entusiasmo, depois de um ano de trabalho teve de admitir desiludida, que o único alvo dela era preparar as crianças para os testes! Igualmente na Suíça, a prática de classificações às escolas está a tomar conta do ensino.

Mesmo os professores mais experientes gemem sob o peso esmagador das constantes mudanças. Da noite para o dia é necessário começar a ensinar matemática com um livro completamente novo, que requer que o professor leia cerca de mil páginas sem estar sequer preparado para as necessidades do respectivo nível; da noite para o dia é necessário aplicar um novo sistema de classificação após apenas um dia de estudo do mesmo; o novo sistema de classificação para professores requer que o mesmo escreva um dossier sobre si próprio e que justifique o seu trabalho aos examinadores após poucas visitas; onde as novas administrações de escolas foram introduzidas, os professores enfrentam uma nova luta por poder; variadas formas de poupar dinheiro são promessas de redução na qualidade, e é necessário perguntar constantemente: “devemos/atrevemo-nos a aceitar isto como está?” Resumindo: quer o fardo da sala de aula quer as pressões de todo o ambiente à volta, desgastam-no!

Depois do meu curso sabático de três meses em 1999, do qual todos os 35 participantes começaram, por assim dizer, de língua de fora, um dos colegas chegou ao ponto de dizer: “É melhor ser um professor feliz do que um bom professor!” O que ele queria dizer era: “É melhor não tentar ser bom em tudo, só o vai fazer cair; mas guardar a sua força para os seus ideais e para a confiança na vida, que os seus alunos necessitam da sua parte.”

É isto que eu gostaria de dizer aos meus queridos colegas: Resistam à tentação de gastar a vossa energia a fazer tudo bem! Mas mantenham a perspectiva mais lata para o vosso ideal: Transmitir o amor de Deus - “do coração dos crentes fluirão rios de água viva” (João 7:38)

Por: Matt Kagi
Presidente da Associação dos Educadores Europeus Cristãos e professor do ensino especial. (Publicado no "portalevangelico.pt" em 2007-11-29)

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Aprenda a falar em público.

Palestrantes e especialistas em comunicação verbal dão dicas valiosas.

A hora daquela apresentação tão esperada (e temida) se aproxima. Ela pode garantir seu emprego, sua promoção, ou pelo menos uma boa imagem perante muita gente importante. Aí, você começa a suar frio, suas mãos tremem, a língua trava. Ih, deu branco! Acalme-se. Não são poucas as pessoas que sofrem um bocado quando precisam falar em público. Mas, seja qual for o motivo, é possível contorná-lo. Palestrantes conceituados em todo o país garantem: conhecimento e postura são essenciais para uma apresentação bem feita - tarefa mais simples do que se imagina...

Para Mario Persona, palestrante e professor de estratégias de comunicação e marketing, a comunicação é intrínseca ao ser humano e de extrema importância para o seu desenvolvimento social. Passar por situações como a descrita acima, portanto, é muito comum e até mesmo vital. "Com uma freqüência cada vez maior somos solicitados a falar em público, seja em uma festa familiar, em uma reunião no trabalho ou em um evento público. Qualquer pessoa deveria dominar essa técnica", defende Mario.

Quem se respeita e se aceita, mesmo com defeitos, naturalmente vai conquistar o respeito e a aceitação dos outros. A injeção de 'auto-estima' pode ser feita diariamente, com atitudes simples.

Não se trata de uma arte, como muitos pensam. Ney Pereira, responsável pelo programa de aperfeiçoamento de docentes da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e professor de comunicação empresarial do Ibmec-RJ, afirma que falar em público é uma habilidade, e não um talento nato. E requer, sim, metodologia e treino. "As pessoas acreditam que basta ser desinibido para falar bem, o que não é verdade. O 'falador desinibido', quando não domina as técnicas de apresentação, acaba falando besteira", frisa Ney, que atualmente realiza um curso sobre o tema, em parceria com a Compass Business School. Segundo ele, comunicar-se é uma das principais formas de se fazer marketing pessoal.

É claro que ninguém precisa ser um palestrante profissional para falar em público. "Quanto maior sua capacidade na profissão ou atividade que exerce, maior o desconto que sua audiência dará para possíveis falhas; portanto, não é preciso se preocupar tanto se você tem coisas importantes a dizer. Conscientizar-se disso ajuda a eliminar uma cobrança excessiva de si mesmo ao falar, reduzindo o estresse", assevera Mario Persona. E é justamente o estresse, aliado ao medo e à insegurança, o que forma o grande vilão na hora de falar. "No momento em que você se expõe é que as pessoas fazem um julgamento sobre você, o que pode te projetar, por exemplo, a uma carreira brilhante ou ao fracasso. É natural que haja um medo das conseqüências desse julgamento, e é isso que causa tanto pavor em quem vai se apresentar", explica Ney Pereira, que enumera os dois motivos pelos quais as pessoas podem ter dificuldades em apresentações: fobia (ou glossofobia, aversão extremada a falar em público), que atinge poucos e exige acompanhamento profissional, e a insegurança ou timidez, que acontece na maioria dos casos.


Superando o medo

A palestrante Leila Navarro, considerada uma dos 20 maiores palestrantes do Brasil, ressalta que o medo de falar em público chega a superar, muitas vezes, o medo de morrer. "Na verdade, temos medo do ridículo, de errar... Mas quem nunca erra? Aos 20 anos, eu era tímida, e meu avô certa vez me falou: 'Quando estiver com vergonha, imagine as pessoas que estão te intimidando em uma situação comum, mas constrangedora - no banheiro, por exemplo'. É preciso entender que o outro é igual a você, que erra como você. Não somos nem piores nem melhores que ninguém", diz Leila. Para ela, aproveitar as circunstâncias e colocá-las a seu favor é um trunfo. "Tem gente que consegue fazer uso de uma fraqueza pessoal para se comunicar. A vida já nos ensina muita coisa, o que a gente tem que fazer é usufruir de tudo e se jogar", opina.

Mario Persona acredita que o medo não deve ser eliminado, e sim administrado para se transformar em aliado na hora de falar. "Quem fala deve aprender a transformar a adrenalina liberada pelo medo em energia e vigor para a comunicação", esclarece. Quando o nervosismo está acima do normal, uma boa técnica para controlá-lo, segundo o palestrante, é não entrar logo no assunto, mas começar falando de si mesmo, de sua família e outras amenidades. "Isso reduz a tensão do orador e também permite que o público o veja como um ser humano e passe a relevar falhas. Além do mais, é muito mais tranqüilo falar sem gaguejar de um assunto corriqueiro. Depois desse aquecimento fica fácil fazer a transição para o tema da palestra", aconselha.

Se a preocupação é com as possíveis falhas no decorrer da apresentação, outra dica é deixá-las claras logo de início. "Ao falar de meus defeitos, não dou a chance de meu público descobri-los - sou eu quem está no controle. Se não há mais nada a esconder, perdemos o medo que as pessoas percebam o que há de 'errado' conosco", argumenta Mario. Da mesma forma, cuidar da auto-estima constantemente é uma ótima preparação para evitar o temor e o constrangimento ao cometer algum erro. Leila Navarro deixa claro que autoconhecimento e autoconfiança são as chaves do sucesso também na hora de discursar: "Quem se respeita e se aceita, mesmo com defeitos, naturalmente vai conquistar o respeito e a aceitação dos outros. A injeção de auto-estima pode ser feita diariamente, com atitudes simples. Costumo escrever no espelho, de batom, alguma frase poderosa como ' você é a mulher que eu queria ser', para ler quando eu acordar. Programe o seu cérebro para se sentir bem", recomenda a palestrante.

Para reduzir a insegurança, acima de tudo, os especialistas recomendam treino, organização e conhecimento - do que será dito e de quem ouvirá. Isso vale tanto para os mais tímidos, quanto para os menos inibidos. "Quando você sabe bem o que fazer, os resultados são mais satisfatórios e é até possível prever as conseqüências daquele discurso. A timidez, por exemplo, torna-se um problema muitíssimo menor e menos visível se a pessoa dominar a técnica ao falar", garante Ney Pereira, que adverte que a falta de preparação pode resultar em graves riscos à imagem. Outro ponto essencial é conhecer a platéia, saber para quem você vai se dirigir. "Um lutador não pode entrar no ringue sem conhecer a fundo o adversário", compara Ney. Mario Persona reforça a opinião: "Quem fala em público está ali como quem vai vender um produto, que são suas idéias. Isso deve ser feito da maneira que traga melhores resultados e maior satisfação para os ouvintes".

E como se preparar adequadamente antes de uma apresentação? Hoje, há diversos cursos, palestras e profissionais que podem ajudar nesta atividade, mas a própria pessoa tem várias formas de treinar a si mesmo."Qualquer pessoa pode ensaiar na privacidade de seu quarto, diante de um espelho, para analisar sua postura e expressões, além de timbre de voz e articulação das palavras. Se der para filmar a si mesmo, poderá analisar o resultado, fazer correções e pedir críticas e sugestões à família", indica Mario Persona.

Para apresentar-se profissionalmente, é necessário saber, também, como persuadir o outro, usando a voz e a postura no sentido estratégico.

Já Ney Pereira faz questão de salientar que a oratória, embora seja de vital importância, não pode ser a única coisa a ser levada em consideração. "Para apresentar-se profissionalmente, é necessário saber, também, como persuadir o outro, usando a voz e a postura no sentido estratégico", avalia. Ele lembra, ainda, que o sucesso de um discurso vai depender de três fatores: o físico (cuidar e treinar a voz com exercícios fonoaudiológicos, controlar a gesticulação, manter uma boa postura), o emocional (a audiência deve se identificar com o orador e com suas palavras), e o cognitivo (ser informativo e objetivo, deixando claro os benefícios que a platéia terá ao ouvir o apresentador).

Confira as principais dicas (e mais algumas) para falar em público com êxito:

- Não perca qualquer oportunidade para falar em público. É a sua chance de treinar e deixar sua marca pessoal.

- Se tiver a voz muito fina, anasalada ou baixa, vá a um fonoaudiólogo ou tente fazer um curso de teatro, canto ou de impostação e projeção de voz. Caso não possa, pelo menos pratique exercícios que busquem melhorar isso.

- Nunca, jamais, em hipótese nenhuma fale sobre um assunto que não domina.

- Sempre estude antes o que irá dizer e ordene as informações em tópicos, mesmo que seja só mentalmente

- Conheça a sua platéia. Se puder, estude o perfil das pessoas que vão assistir à apresentação. Use uma linguagem comum a todas.

- Analise também os objetivos (o que você quer com aquele discurso) e o que será útil para quem for ouvir.

- Faça o reconhecimento do ambiente e os recursos disponíveis. Eles poderão ser usados para melhorar a sua comunicação.

- Só utilize recursos audiovisuais (imagens, sons, vídeos, slides) quando a palavra não for suficiente para passar toda a informação.

- Evite problemas estruturais ou com o aparato tecnológico. "Os microfones e o manuseio das apresentações em computador devem ser treinado em casa, para não se correr o risco de ter problemas de som ou perder minutos preciosos tentando entender o equipamento", diz Mario Persona.

- Evite, também, os cacoetes. "As falhas técnicas acabam desviando a atenção do público, e o mesmo acontece com vícios de linguagem, como o uso exacerbado de 'né', 'ou seja' e outras expressões. Movimentos estranhos com o corpo, com os pés e com as mãos também são inimigos do orador", destaca Mario.

- Não fale demais! "O peixe é fisgado porque abre a boca quando não deveria. O excesso de informação vira desinformação. Seja claro, objetivo e sucinto", recomenda Ney Pereira.

- Trabalhe a entonação da voz e aprenda a fazer uso do silêncio para sublinhar suas palavras.

- Se pretender ler, nunca fazê-lo segurando uma folha de papel na mão. "Isso fatalmente irá denunciar qualquer tremor e comprometer a segurança e certeza que você deveria transmitir. Utilize pequenos cartões", aconselha Mario Persona.

- Cuidado com a gesticulação. "Imagine-se na tela de uma TV apresentando um telejornal. Isto implica manter o público atento à sua boca e expressões, e aos movimentos de suas mãos, que devem ser mantidas dentro dessa 'tela' imaginária. As mãos só devem enfatizar a fala acima da cintura para não desviar a atenção para longe do rosto", ensina Mario.

- Evite comentários paralelos e não exponha levianamente o seu ponto de vista pessoal.

- Não deixe a humildade de lado. "Tem gente que acha que o bom palestrante é 'cheio de si'. Realmente, é importantíssimo ter uma boa auto-estima e passar segurança e ciência do que se está falando, mas sem esquecer em nenhum momento a humildade. Mostre que você é uma pessoa igual àquela que está te ouvindo sentada", enfatiza Leila Navarro.

- Faça rir, mas somente se conseguir. "Se você tem um perfil bem-humorado e costuma contar piadas, pode aproveitar essa característica, mas nem tente ser engraçado em público se isso não acontecer naturalmente nas rodas entre amigos", acrescenta Mario Persona.


Mônica Vitória
Extraído do portal MSN

sexta-feira, 4 de abril de 2008

CARL ROGERS - Um psicólogo em defesa do aluno.

Para o fundador da terapia não-diretiva, a tarefa do professor é liberar o caminho para que o estudante aprenda o que quiser.

A idéias do norte-americano Carl Rogers (1902-1987) para a educação são uma extensão da teoria que desenvolveu como psicólogo. Nos dois campos sua contribuição foi muito original, opondo-se às concepções e práticas dominantes nos consultórios e nas escolas. A terapia rogeriana se define como não-diretiva e centrada no cliente (palavra que Rogers preferia a paciente), porque cabe a ele a responsabilidade pela condução e pelo sucesso do tratamento. Para Rogers, o terapeuta apenas facilita o processo. Em seu ideal de ensino, o papel do professor se assemelha ao do terapeuta e o do aluno, ao do cliente. Isso quer dizer que a tarefa do professor é facilitar o aprendizado, que o aluno conduz a seu modo.

A teoria rogeriana — que tem como característica um extenso repertório de expressões próprias — surgiu como uma terceira via entre os dois campos predominantes da psicologia em meados do século 20. De um lado havia a psicanálise, criada por Sigmund Freud (1856-1939), com sua prática balizada pela ortodoxia, e o behaviorismo, que na época tinha B. F. Skinner (1904-1990) como expoente e se caracteriza pela submissão à biologia. A corrente de Rogers ficou conhecida como humanista, porque, em acentuado contraste com a teoria freudiana, ela se baseia numa visão otimista do homem.

Para Rogers, a sanidade mental e o desenvolvimento pleno das potencialidades pessoais são tendências naturais da evolução humana. Removidos eventuais obstáculos nesse processo, as pessoas retomam a progressão construtiva. "Ele chamou a atenção para a formação da pessoa, a importância de viver em busca de uma harmonia consigo mesmo e com o entorno social", diz Ana Gracinda Queluz, pró-reitora adjunta de pesquisa e pós-graduação da Univesidade Cidade de São Paulo (Unicid).
Rogers sustentava que o organismo humano — assim como todos os outros, incluindo o das plantas — possui uma tendência à atualização, que tem como fim a autonomia. Na teoria rogeriana, essa é a única força motriz dos seres vivos. No caso particular dos seres humanos, segundo Rogers, o processo constante de atualização gerou a sociedade e a cultura, que se tornam forças independentes dos indivíduos e podem trabalhar contra o desenvolvimento de suas potencialidades.

O saudável é natural.

Uma crença básica de Rogers é que o organismo humano sabe o que é melhor para ele e para isso conta com sentidos aprimorados ao longo da evolução da espécie. Tato, olfato e paladar reconhecem como prazeroso (sabor e cheiro agradáveis, por exemplo) o que é saudável. Igualmente, nossos instintos estão prontos a valorizar a "consideração positiva", conceito rogeriano que engloba atitudes como cuidado, carinho, atenção etc.

Até aqui, tudo bem — as pessoas sabem o que é bom para elas e podem encontrar aquilo de que necessitam na natureza e na família. O problema, segundo Rogers, é que a sociedade e a cultura desenvolvem mecanismos que contrariam essas relações potencialmente harmoniosas. Entre os mais nocivos está a "valorização condicional", o hábito que a família, a escola e outras instituições sociais têm de apenas atender as necessidades do indivíduo se ele se provar merecedor. Decorrem disso a "consideração positiva condicional" — cujo exemplo típico é o carinho dos pais dado como recompensa por bom comportamento — e a "autoconsideração positiva condicional" — originada pela tendência que as pessoas têm a absorver os valores culturais e utilizá-los como parâmetro para a valorização de si mesmas.

Funcionalidade plena.

Do conflito entre o indivíduo ("sou") e o que se exige dele ("devo ser") nasce o que Rogers chama de incongruência, que gera sofrimento. Este é o processo que, para ele, define neurose. Ao se ver pressionada a corresponder às expectativas sociais, a pessoa se vê numa situação de ameaça, o que a leva a desenvolver defesas psicológicas.

Diante disso, o objetivo do terapeuta e do professor é permitir que seus clientes e alunos se tornem pessoas "plenamente funcionais", ou seja, saudáveis. As principais marcas desse estado de funcionalidade são a abertura a novas experiências, capacidade de viver o aqui e o agora, confiança nos próprios desejos e intuições, liberdade e responsabilidade de agir e disponibilidade para criar.

Já que se tornar uma pessoa saudável é, basicamente, uma questão de ouvir a si mesmo e satisfazer os próprios desejos (ou interesses), as melhores qualidades de um terapeuta ou de um professor são saber facilitar esses processos e interferir o menos possível. É esse o significado do termo "não diretivo", a marca registrada do rogerianismo. Para que o terapeuta ou o professor seja capaz de exercer tal papel, três qualidades são requeridas: congruência — ser autêntico com o cliente/aluno; empatia — compreender seus sentimentos; e respeito — "consideração positiva incondicional", no jargão rogeriano. "O difícil na teoria rogeriana é mudar a postura diante do outro e não se surpreender com o que é humano", diz Ana Gracinda. Em grande parte, para Rogers, a chave do ensino produtivo é uma questão de ética.

O mais importante é a relação aluno-professor.

No campo da educação, Carl Rogers pouco se preocupou em definir práticas. Chegou a afirmar que "os resultados do ensino ou não têm importância ou são perniciosos". Acreditava ser impossível comunicar diretamente a outra pessoa o conhecimento que realmente importa e que ele definiu como "a verdade que foi captada e assimilada pela experiência pessoal". Além disso, Rogers estava convencido de que as pessoas só aprendem aquilo de que necessitam ou o que querem aprender. Sua atenção recai sobre a relação aluno-professor, que deve ser impregnada de confiança e destituída de noções de hierarquia. Instituições como avaliação, recompensa e punição estão completamente excluídas, exceto na forma de auto-avaliação. Embora anticonvencional, a pedagogia rogeriana não significa abandonar os alunos a si mesmos, mas dar apoio para que caminhem sozinhos.

Teoria adequada a um tempo de contestação.

Nascido no meio rural, Carl Rogers foi marcado por toda a vida pela idéia da natureza e pelo fenômeno do crescimento — o objetivo de sua terapia era crescimento pessoal e não uma idéia estática de maturidade emocional —, o que o levou a se aprofundar no estudo da obra do educador e filósofo norte-americano John Dewey (1859-1952). Como alguém cujo tempo de vida quase coincidiu com o século 20, Rogers teve a possibilidade de testemunhar o surgimento de várias correntes psicológicas e a disseminação da psicoterapia — um conhecimento indispensável para que, por oposição, ele criasse a sua própria corrente. O aspecto marcadamente antiautoritário e anticonvencional de seu pensamento o tornou muito atraente nos anos 1960, durante o auge da contracultura, representada em parte pelo movimento hippie. No Brasil, a influência de Rogers também se deu por essa época, em particular na formação de orientadores educacionais. "Os orientadores agiam em grande parte como mediadores de conflito e o conhecimento de Rogers permitia que eles pudessem exercer a função sem punições, mas também sem fechar os olhos para os problemas", diz a educadora Ana Gracinda Queluz.


Biografia.

Carl Ransom Rogers nasceu em Oak Park, perto de Chicago, em 1902. Teve uma infância isolada e uma educação fortemente marcada pela religião. Tornou-se pastor e encaminhou os estudos para a teologia, quando começou a se interessar por psicologia. Na nova carreira, o primeiro foco de trabalho foram crianças submetidas a abusos e maus-tratos. Por essa época começou, por observação, a desenvolver suas teorias sobre personalidade e prática terapêutica. Aos 40 anos publicou o primeiro livro. Seguiram-se mais de cem publicações destinadas a divulgar suas idéias, que ganharam seguidores em todo o mundo. Rogers quis provocar uma ruptura na psicologia, dando a condução do tratamento ao cliente, e não temeu acusar de autoritários a maioria dos métodos hegemônicos na área.

O pilar da terapia rogeriana são os "grupos de encontro", em que vários clientes interagem. Rogers foi um dos primeiros a gravar e filmar as sessões de terapia. Morreu de um ataque cardíaco em 1987, em San Diego, Califórnia.

"Toda a nossa cultura procura insistentemente manter os jovens afastados do contato com os problemas reais. Será possível inverter essa tendência?"

Para pensar.

"A única coisa que se aprende e realmente faz diferença no comportamento da pessoa que aprende é a descoberta de si mesmo".

Uma crítica que se costuma fazer à influência de Rogers na educação é que suas idéias incentivam uma liberdade sem limites, permitindo que os alunos façam o que querem, levando à indisciplina e ao individualismo. Outra objeção comum, desta vez no campo teórico, é que Rogers via os seres humanos com excessiva benevolência, sem levar em consideração possíveis impulsos inatos para a agressividade, a competição ou a autodestruição. Baseado em sua experiência em sala de aula, qual é sua opinião? É possível fundamentar a prática pedagógica na idéia de que todo aluno tem tendência natural ao aprendizado e a relações interpessoais construtivas?


Quer saber mais?

Liberdade para Aprender, Carl R. Rogers, 330 págs., Ed. Interlivros (edição esgotada)

Psicologia & Educação: Revendo Contribuições, Vera Maria Nigro de Souza Placco (org.), 180 págs., Ed. Educ/Fapesp, tel. (11) 3873-3359, 22 reais

Tornar-se Pessoa, Carl R. Rogers, 514 págs., Ed. Martins Fontes, tel. (11) 3241-3677, 56 reais

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

A sustentabilidade humana

O homem busca, em desespero, mas antes tarde do que nunca, a preservação do que sobrou neste Planeta. Não é impossível, até porque atitudes simples têm o poder de mudar o rumo de coisas importantes. Mas eis o impasse: por que não se começa a educar para o equilíbrio da ecologia humana? Quanto custa o esforço por um abraço, um sorriso, uma demonstração de afeto?

A Escola gasta quase todo o tempo destinado a ela resolvendo equações de primeiro e segundo graus e a criança vive refém de deveres de casa. Não há tempo nem espaço brincar. Dirão muitos que a concorrência exige tudo isso na corrida desenfreada ao mercado de trabalho: passar nos concursos, nos vestibulares e arranjar emprego, só quem sabe mais equação e rebincoca da parafuseta.

Certa vez perguntaram a uma famosa atriz, centenária, o que a levou ao sucesso nos palcos do teatro e ela nem pestanejou: a fome. Estudar não lhe fez falta? Perguntou o repórter, e ela disse que não, porque a professora só ensinava algarismos romanos até 100.

A educação tem os recursos pedagógicos para transformar a humanidade. Quem falhou? Ao invés de ensinar doutrinas religiosas, porque não se ensinam valores? Fé, amor, paz, união, misericórdia, fraternidade, solidariedade? Ensinar ao homem a ser bom é um grande desafio Todas as guerras do Planeta têm origem na doutrina de alguma religião.

Quando o homem reflorestar as idéias, podar os galhos secos da ira, regar suas raízes no manancial da fé, vai colher os frutos de um mundo oxigenado de amor. O homem equilibrado vai equilibrar o Planeta!

Ivone Boechat

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

O DESAFIO DA EDUCAÇÃO PARA UM NOVO TEMPO

A humanidade está evoluindo, emocionalmente, na velocidade da tartaruga, frente à tecnologia que ultrapassa a qualquer previsão, na velocidade da luz! Quem não estiver disposto a rever conceitos, mas, sobretudo, assumir uma postura de maturidade emocional, frente a tantos desafios que a modernidade proporcionou ao homem, ficará à margem do processo. A pessoa que compõe a estatística de qualquer tipo de analfabetismo - e são muitos os tipos - tem vida, conforto, informação, recursos extraordinários e não é capaz de ler, interpretar e tomar posse da modernidade. Se alguém escapa do analfabetismo da leitura e da escrita, com certeza, pode estar sofrendo como analfabeto funcional, analfabeto virtual, analfabeto emocional, analfabeto social, analfabeto espiritual... etc, etc, etc... Isto se parece muito com aquela velha história do burro na porta do palácio.

Hoje, aos vinte, trinta anos, se o cidadão parar de aprender, está fora da concorrência. Aos 90, se estiver sintonizado com a evolução e fizer parte dela, como sujeito e objeto da história, não sai da concorrência: é consultor dos fracos e oprimidos! Logo, quem está do lado de fora da roda do aprendizado e do crescimento constante, deve voltar, imediatamente. O perfil do profissional é baseado na qualidade essencial. Maisoumenos morreu afogado no mar da tecnologia. Foi substituído pelos modernos gestores do tempo, do conhecimento, da informação... O eficiente tropeçou no eficaz que é capaz de fazer o impossível. O homem multifuncional, preparado para exercer numerosas atividades profissionais, deixou o “especialista” acomodado para trás, especializando-se no brechó...

As escolas devem se organizar para receber crianças cada vez menores e tratar de se estruturar como casa de educação. Chega de “empresas” que vendem diploma a preços absurdos e salve aquelas instituições que têm a capacidade de formar cidadãos para promover a revolução das consciências e organizar uma sociedade pacífica, feliz, adaptável, sim, porque o adaptado sucumbiu!

As escolas devem ainda se preparar, urgentemente, para oferecer cursos de formação e atualização para pessoas maduras. Quem não se programar para entrar no contexto perderá a grandiosa oportunidade de participar da era mais fantástica da humanidade. As universidades estão recebendo estudantes com idades bem superiores, ultimamente. E tende a aumentar.

O Brasil está cotado para ser o 5o país do mundo em número de idosos, até o ano 2010. O conceito de velho como sinônimo de doença, tristeza, abandono, tralha, desesperança, deve ser revisto. A palavra velho serve para significar coisas velhas, enguiçadas. A palavra idoso é sinônimo de bênção da longevidade.

No Dia Internacional do Idoso, organizam-se eventos, com a presença de conferencistas “especializados”. Raramente, eles se lembram de ajudar a mobilizar a motivação e resgatar a auto-estima dos convidados. De um modo geral, os assuntos giram em torno do pessimismo, depressão, estresse, próteses, espinhela caída, trombose, trombada, cadeira de rodas, muletas, piriri, tosse noturna, bexiga arriada, artrose, mal disso, mal daquilo e daquilo outro... Há outros “consultores” que se especializaram em assombrar só com notícias ruins. Ou seja, anunciam tantos horrores, dando a impressão que se o idoso se livrar daquilo tudo, pode não escapar da bala perdida, da guerra, das batidas no trânsito, do arrastão, enfim... só desgraça! Do INPS-assobração que só se desencarna a sete palmos de terra. A filósofa Dercy Gonçalves, do apogeu dos 100 anos orienta: “Se você cair num buraco, dê graças a Deus se não tiver terra por cima.”

Quando o ser humano e, claro, também o idoso comparece a uma conferência ele quer ouvir assuntos que o deixe animado, pronto a sair dali e programar aquela viagem adiada, retomar um projeto esquecido, fazer um curso, escrever um livro, inscrever-se num concurso de poesias, enfim, estimulado a prosseguir, a valorizar a vida, a ser fiscal da natureza, profissão na última moda!

As empresas de um modo geral que ainda não acordaram e não se prepararam para atender, no momento, a mais de 15 milhões de pessoas com idade acima de 65 anos, vão falir. A demanda vai dobrar dentro dos próximos anos. Se uma jovem senhora vai hoje a um shoping comprar uma roupa, seja para dias comuns ou para comparecer a uma festa, é um horror. As roupas bonitas, modernas, não têm numerações que ultrapassam o manequim 44. As “outras”, chamadas senhoris, são da cor bege, preta, marrom, cinza, de florzinha e, na maioria das vezes, ridículas, sem a mínima criatividade, tipo assim capa de botijão. Não existe meio termo. Ou a pessoa sai de paetê até debaixo do braço...

Quando alguém completa 70 anos, é muito comum se organizar uma festa. Na cerimônia de “comemorações”, sublinham-se alguns versos do Salmo 90, (cuja autoria é atribuída a Moisés) que são lidos para advertir, assustar, ameaçar, amedrontar, apontar ao aniversariante as setas para a reta final. O orador com aquela voz de relações públicas de necrotério lê: “A duração de nossa vida é de 70, 80 anos o que passa disto...” Mas é bom esclarecer que Moisés escreveu este Salmo, imaginando que sua vida estaria chegando ao fim. Ele estava passando pela crise dos 70. Somente aos 80 anos o salmista iniciou o processo de retirada do povo de Israel do Egito e a missão se estendeu por mais 40 anos. Aos 120 anos, Moisés morreu. E o seu substituto, Josué, com 85 anos foi nomeado, com palavras divinas de fortalecimento: “Tão-somente esforça-te e tem mui bom ânimo”. (Js 1:7).

Portanto, o maior desafio de qualquer tempo é aprender a viver. Que valor tem a vida sem projeto de vida? É preciso traçar regras de bem viver, estabelecer prioridades, administrar o tempo, gerir informações, competência emocional para reconhecer e controlar as emoções, e aprender a auto-estimular a produção dos hormônios que formam o padrão químico do bem estar. Se você é educador, antes de procurar o valor de x, invista 5 minutos diários, ensinando sobre o VALOR DA VIDA!

Ivone Boechat
PhD

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Contar uma estória faz a diferença

Essa foi uma experiência única. Aconteceu com minha filha, quando estávamos em frente à igreja. Eu tinha voltado da faculdade mais cedo e segurei-a enquanto a minha esposa estava participando da reunião do grupo de mulheres.

Como sempre, a Adayla me pediu esperançosa e com brilho nos olhos: "Pai, conta tóia" (conta estória). E como sempre eu contava estória de bichos - jumento, cachorro, leão, gato, etc... -, mas resolvi contar uma estória diferente. Comecei:

"Era uma vez um menino e o nome dele é Tico..."

Falei que o Tico era um menino bonzinho, que tinha um gatinho e um cachorro. Cada vez que mencionava os bichos pedia para ela imitá-los. Uma graça!! Foi então que passei a dizer que Tico era obediente aos seus pais. Que não fazia xixi na cama à noite. Que antes de dormir, fazia xixi e escovava os dentes. Ela estava ipnotizada. Aproveitei e falei que o Tico comia toda a comidinha que a mamãe dele colocava no prato (ela estava muito ruim pra comer qualquer comida caseira) e que ele não se importava tanto em "tomar petuta" (é como ela chama o ato mamar. Minha esposa às vezes não aguenta, pois a Adayla quer toda hora ficar pendurada no seio dela.) Toda vez que eu falava agora novo do tal Tico, perguntava se ela entendia aquilo. Ela dizia que sim acentindo com a cabecinha.

A reunião acabou e fomos para casa. Tudo normal. Mas quando chegou a hora de jantarmos a pequena Adayla soltou:

"O 'Tito' come cumidinha, né pai?"

Eu não aguentei e soltei uma gargalhada. Disse a ela: "É, minha filha. O Tico come tudo antes de dormir."

Depois, quando chegou o momento de escovar os dentes: "O 'Tito cova' dentinho, pai?"

Mais uma vez eu concordei, alegre. O interessante é que daquele dia até hoje ela menciona o tal Tico pra tudo.

"O 'Tito' passa perfume, né pai?"
"O 'Tito pentia' o 'tabelo'?"

E por aí vai...

Dei-me conta do quão importante é ocupar a mente das crianças com estórias orais sadias e de cunho educativo, sempre focando a realidade e necessidade delas. Isso certamente pode auxiliar os pais nas questões mais corriqueiras. Não se esqueça... uma estória bem contada faz a diferença. O "Tito" que o diga.

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

A Escola de Cristo e a escola dos homens.

Por Ivone Boechat

Hoje, fala-se na educação moderna, discutem-se leis e métodos que poderiam socorrer os "cansados e oprimidos" da escola dos homens, todavia, os especialistas da educação se esqueceram de estudar e analisar a estrutura e o funcionamento da Escola que Jesus propõe à humanidade.

O Serviço de Orientação Educacional tem funcionado, na maioria de nossas escolas, como delegacia de polícia, para onde são encaminhadas crianças com problema; depois, por falta de pedagogia, são transferidas, expulsas, discriminadas, reprovadas e registradas no rol da evasão.
Cristo fez tudo diferente.

Certa vez, o Mestre estava na Galiléia e as crianças, como sempre, o rodearam, porém, os discípulos (agiram como certos chefes de disciplina) ficaram preocupados e começaram e levá-las para longe. Só que foram severamente advertidos: "Deixai vir a mim as crianças" (Lc. 18:16). Nasceu a Escola Infantil!

O conselho de classe de nossas escolas, geralmente, consiste no encontro periódico do corpo docente para "avaliar" o desempenho dos alunos na aprendizagem. É um julgamento apressado. O aluno é culpado por todo tipo de fracasso. Só ele falhou, só ele mora longe, só ele é mal alimentado, não se interessou e não aprendeu. Sob a batuta de "especialistas", vem o resultado, ano após ano: reprovação em massa. O réu é condenado e, se algum professor "bonzinho" erguer sua voz em defesa, quase é massacrado:

- Você vai aprovar todo mundo?

Cristo fez diferente.

Um dia, Ele estava ensinando, quando "professores, escribas e fariseus" trouxeram a aluna que, segundo eles, havia cometido uma falta grave. Já haviam realizado o conselho de classe e resolveram reprová-la. Uns citavam artigos da Lei de Moisés (Lei de Diretrizes e Bases da Educação), outros alegavam seu péssimo comportamento social, porém queriam ouvir a palavra final do Mestre. Perplexos, viram quando Ele se dirigiu não a eles, mas a ela: "Vai e não peques mais" (Jo. 8:11).

Jesus criou o conselho de classe para avaliar o processo educacional, onde destaca, sobretudo, o professor. Isto ficou muito claro, principalmente, no dia em que Ele criou o processo de avaliação da Escola e se colocou no meio de seus discípulos e perguntou: "E vós quem dizeis que eu sou?"

Nem seria preciso mais dizer, mas a gente diz. O sistema de recuperação que se implanta por aí não recupera. Na Escola de Cristo é diferente. O aluno Pedro estava em recuperação e o Mestre preparou-lhe um teste oral, com apenas três perguntas:

- Pedro, amas-me?

- Senhor, tu sabes que te amo.

- Pedro, amas-me?

- Senhor, tu sabes que te amo.

- Pedro, amas-me?

- Sim, Senhor, tu sabes que te amo.

Foi uma prova duríssima, mas Pedro foi aprovado e ainda levou o dever de casa: "Apascenta minhas ovelhas" (Jo. 21:16). Na Escola de Cristo criou-se a recuperação da auto-estima. O aluno recuperado recupera a nota!

Os estudantes da Escola Profissionalizante de Cristo saem habilitados como "pescadores de homens". São líderes empreendedores.

O problema da evasão é tratado com muita firmeza: "Qual de vós é o homem que, possuindo cem ovelhas, perdendo uma delas, não deixa noventa e nove no deserto, e não vai após a perdida, até que a encontre?" (Lc. 15:4). Jesus orava preocupado com a estatística de um aluno perdido na turma de 100. E nós? De cada 100 alunos matriculados na 1ª série do Ensino fundamental, somente oito chegam ao Ensino médio.

Jesus mostrou-se preocupado não só com alunos perdidos, que abandonam a escola, ao contar a parábola da dracma perdida, Ele foi buscar os que se perdem dentro da escola e recomenda: "Varrer a casa, buscando-o até encontrá-lo" (Lc. 19:5).

Quem fundou a obra educacional de recuperação dos meninos de rua foi Jesus (Mc. 9:42). Ele criou também o Centro de Estudos Supletivos. Havia aulas durante todos os dias da semana: de manhã, de tarde e à noite. Zaqueu, chefe dos publicanos, cobrador desonesto de impostos, fez sua matrícula de cima da árvore e começou a estudar, naquele mesmo dia, em casa (Lc. 19:5). Nicodemos, príncipe dos judeus, preferiu estudar à noite, levando no caderno de anotações as suas dúvidas. Após a primeira aula, levou a resposta de tudo e uma advertência: "Tu és mestre em Israel e não sabes estas coisas?"

Quem primeiro implantou módulos para o Ensino à distância foi Jesus. Os módulos foram escritos por seus alunos e seguidores.

Na Escola de Cristo, estudavam ricos e pobres. Quando fundou a Pedagogia da inclusão, após a aula, curou a todos. Não temos esse poder, todavia, temos o dever de respeitar os deficientes físicos e também a obrigação constitucional de fazê-los parte integrada do sistema educacional (Mt. 15:31-32).

E a merenda escolar? Basta ler a narração bíblica da multiplicação dos pães para responder a pergunta. Todas as vezes em que o Mestre se demorava um pouco mais nas suas aulas, ele mesmo providenciava a merenda (Mt. 14:17; Mt. 15:36; Lc. 15:32).

Jesus sempre trabalhou em equipe, desde as bodas de Cana, até a prova final, na cruz. As perguntas da prova do teste final do ladrão crucificado foram feitas por ele mesmo. Na prova final de Pedro, o Mestre deu-lhe “cola” para colar a orelha soldado romano e assim reparar o seu transtorno de comportamento, quando feriu o soldado romano.

Numa aula, dentro do cemitério de Betânia, todos choravam pela morte de Lázaro e ele mesmo chorou, quando chegou à cidade. Seguido por grande multidão (suas turmas eram enormes), foi visitar o túmulo, mas uma pedra o impedia de ver o defunto. Com seu poder, bastava ordenar e a pedra se tornaria pó. Não! Preferiu trabalhar em equipe: "Tirai a pedra" (Jo 11:39). Aí o Mestre fez a chamada: “Lázaro, levanta-te”. Senão, o cemitério todo se levantaria do túmulo.

Os alunos da Escola de Cristo são tratados com justiça e igualdade. Judas que tanto lhe perturbou o magistério não foi expulso nem transferido: estudou na sua escola até o fim. Enforcou-se, ou seja, enforcou a maior aula do mundo.

Cristo implantou a inclusão digital: “Pedro, tudo o que ligares na Terra será ligado no céu.” Providenciou a globalização do ensino: “Ide por todo o mundo”... para que os homens se religassem na Internet divina e navegassem na mídia celestial. E, finalmente, revelou a senha para acessar o Portal da graça: fe@graça.com.Jesus